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EGC: entenda a ascensão do conteúdo gerado pelos funcionários

Sumário

Já parou pra pensar por que quando falamos de alguma métrica que obteve sucesso creditamos a “autoridade” como principal fator? Porque no final das contas o que mais importa é quem está falando.

— Então quer dizer que ninguém se importa com o que se diz?

— Claro que não.

O ponto é: a mensagem tem impactos diferentes dependendo do emissor. Nesse nosso mundo de creator, podemos trocar o termo “mensagem” por “conteúdo”, no entanto, a lógica permanece.

Por isso há tanta categorização para os criadores de conteúdo, pois em alguns casos o que mais importa é a autoridade como pessoa pública; no outro, a autoridade como especialista em um nicho.

Hoje, falaremos daqueles que sabem os pormenores dos produtos, os responsáveis por tudo acontecer.

Eles são a cara desta nova tendência: EGC (Conteúdo gerado por colaboradores), no inglês, “Employee-Generated Content”.

O que é EGC?

EGC é o conteúdo criado e distribuído pelos colaboradores de uma empresa. Não estamos falando só das dancinhas com o uniforme do time ou dos memes para o lançamento de promoções no varejo. Esse tipo de conteúdo mostra a rotina, bastidores da produção e transparece as relações dentro do ambiente de trabalho. Tudo isso atrelado aos valores da empresa.

Olha esses dados:

  • 81% dos consumidores consideram a confiança essencial ao tomar decisões de compra.
  • 86% das marcas usam conteúdo gerado pelo usuário como parte de sua estratégia de marketing, ou seja, já passou daquela época em que só celebridades e influenciadores estavam no centro das campanhas.

Motivos para adotar EGC

Todos sabem criar conteúdo

Não posso deduzir a idade de quem está lendo esse texto, mas posso supor que todos já viram alguma propaganda antiga. Nessas propagandas, os produtos ou serviços eram apresentados por atores – de ofício mesmo – ou notáveis de outras áreas.

Se você abrir agora o Youtube e procurar uma propaganda estrelada pelo Tony Ramos e compará-la com outra feita por algum esportista, verá a diferença na performance atuando.

— Ok, mas essa diferença também ocorre hoje, por que mencionar “antigamente”?

Porque antigamente era menos acessível lidar com câmeras, gravação e postagens. Hoje, por mais que não sejamos atores – ou alguém aí fez tablado? –, temos muito mais costume com os formatos de reprodução: áudio, foto, vídeo e até texto. Mesmo não sendo uma publicidade patrocinada, temos por hábito postar o que vestimos, o que comemos, aqueles “recebidos pagos”. Todos criam conteúdo, ainda que de forma amadora.

Portanto, o funcionário que cria conteúdo sobre a empresa ou sobre o produto que vende, está, de forma prática, apenas adicionando um tema diferente ao repertório de conteúdos que ele já entrega aos seguidores. Até porque ninguém está pedindo para que ele se torne um creator.

Os micro e nano-influencers estão com FOMA

Vamos primeiro nos familiarizar com o termo. FOMA é o Fear of Missing Avertising (medo de perder publicidade), acontece quando o influencer, creator ou business influencer aceita fazer todo tipo de publicidade ou qualquer tipo de trabalho com marcas, por medo de perder relevância no mercado de influência. (spoiler: não tem como agarrar tudo).

— Mas o que o FOMA tem a ver com EGC?

Os nano e micro-influencers eram procurados pelas marcas justamente por oferecer uma aproximação maior com aquele produto que seria utilizado na peça publicitária. Essa tendência de fato explodiu, viraram os queridinhos do marketing de influência. A questão é que foram aceitando cada vez mais propostas das marcas. Consequência: perderam a essência da conexão com o público, que não via mais sentido confiar naquele creator que “criava conteúdo sobre games enquanto fazia propaganda de shampoo”.

O EGC traz de volta a conexão autêntica, já que o creator é o colaborador e a marca é a empresa em que ele atua. Nesse caso poderíamos dizer que a conexão é a mais autêntica possível já que ela ultrapassa os limites do próprio conteúdo, é uma ligação contratual.

Os colaboradores sabem como funcionam

Esse tópico conecta diretamente com o anterior.

— Você já pensou qual o assunto que você mais saberia falar sobre?

Espero que um bom número, mas aposto que o teu trabalho atual deva ser um dos principais nesse repertório — a não ser que você esteja no primeiro dia.

O EGC trabalha justamente nesse diferencial, o colaborador sabe como funcionam.

Um dos engenheiros que trabalhou no desenho do novo carro da marca [pense numa marca aí] seria uma ótima escolha para falar da segurança desse novo veículo. E aqui estou falando apenas de uma campanha de marketing de influência, mas poderíamos falar da cultura organizacional.

Se liga no próximo tópico.

EGC é realmente trabalhar os valores de uma marca

Diante de crises sociais, política e climáticas, buscamos cada vez mais apoiar marcas, produtos e projetos que tenham valores alinhados com os nossos.

Employer branding

O EGC dá sentido ao falar cultura organizacional com o colaborador. Claro, os valores de uma empresa não servem apenas para ser reproduzidos em vídeos no TikTok ou reels no Instagram, é sempre algo para ser incorporado na rotina de trabalho.

O EGC possibilita que a cultura organizacional transpareça em processos seletivos. Quem não gostaria de lidar com candidatos que já sabem os valores da empresa?

EGC possibilita um Marketing de Influência mais barato

Para as bootstraps talvez esse devesse ser o primeiro motivo a ser comentado. A real é que mesmo para grandes empresas, o EGC permite mais testes, já que o custo por campanha é menor. Claro que é uma injustiça cobrar que o funcionário que faz propaganda da empresa/produto que trabalha obtenha o mesmo resultado absoluto em métricas. Nesse caso, os resultados precisam ser sempre relativizados.

Pra fechar

EGC é uma forma de marketing de influência, mas não é a única. Aquele papo clichê de diversificar as estratégias é mais uma vez invocado. A gente não pode ter aquela mania de saturar as tendências. Se você utilizar apenas EGC você acaba minando o próprio propósito desse tipo de campanha, pois inibe a diferenciação com outras formas de marketing de influência.
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