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Já passou da hora das marcas começarem a ouvir os creators

Sumário

— A marca chega com a demanda e quer saber das métricas do possível creator. Este, por sua vez, recebe o briefing da proposta e avalia se faz sentido com o seu público. No final chegam a um acordo.

— Ok, na prática sei que essas dinâmicas são bem diferentes, mas isso é tema para outro texto (fique ligado!)

— E se a gente avançasse nessa parceria e pudesse fazer com que marcas e creators trabalhassem juntos na elaboração das campanhas? Bem utópico, né?

Enquanto isso não chega – nem sabemos se chegará – que tal propormos algo mais simples e que já deu resultado? Marcas, ouçam os creators!

É isso que diz o relatório da Influencer.com. Intitulado“Creator Perspectives: a playbook for brands to thrive in the creator economy”, o estudo foi ouvir as opiniões de creators para oferecer suporte para parcerias de marketing de influência. Para isso, foram utilizadas análise de tendências em conversas de criadores online (através de social listening e IA em 560.000 posts em diversas plataformas), pesquisas quantitativas e qualitativas com 500 criadores globalmente e análise estratégica para traduzir esses resultados em recomendações práticas. A grande questão levantada é clara: de que adianta debater como maximizar o marketing de influência sem incluir como voz ativa o vetor do sucesso dessas campanhas?

Estratégia “criador em primeiro lugar”: uma nova era da colaboração

O relatório defende uma estratégia que coloca os creators como agentes tomadores de decisões no marketing. Hoje, o cenário evoluiu, com mais opções, profissionalismo e educação para creators sobre colaborações com marcas. A gente precisa acabar com essa ideia de que só marcas entendem de estratégias!

A grande virada acontece quando um criador entende de que forma a colaboração com uma marca pode elevar seu conteúdo, ou seja, a parceria não se concretiza apenas pelo retorno financeiro.

Comunicação é sinônimo de alinhamento

Uma dos pontos trazidos pelo relatório é a clara falta de comunicação entre marcas e creators. 1 em cada 4 criadores aponta a má comunicação como um ponto problemático ao trabalhar com marcas.

A comunicação instantânea nos deu uma ilusão que nunca mais teríamos problemas com esse…

Todo mundo ganha, mas os creators ganham menos

O relatório revela uma “economia assimétrica”, onde a maioria dos criadores ainda está construindo suas carreiras enquanto as marcas já realizam grandes investimentos. Apesar do marketing de influência ter superado US$ 24 bilhões em 2024, apenas 12% dos criadores produzem conteúdo em tempo integral. Mesmo entre os criadores de maior destaque, somente 25% dependem disso como sua principal fonte de renda. Essa dependência relativamente baixa é importante para que o creator não se submeta a parcerias que comprometam sua autenticidade.

Creators tem interesse em ajudar

Creators não apenas produzem, mas criam! Vamos aproveitar o que eles têm a contribuir? Marcas que compartilham o “porquê” por trás do “o quê” – explicando os objetivos das campanhas, KPIs e intenção estratégica, têm maior tendência em receber do creator entregas mais perto do esperado. Veja bem estes números: 57% dos criadores querem aprender sobre seu papel no mundo do marketing e 55% desejam entender a estratégia de marketing mais ampla das marcas com as quais colaboram. Além disso, 54% dos criadores afirmam que entender os KPIs da marca os ajudaria a moldar estratégias melhores.

Criatividade é a moeda mais valiosa

O estudo aponta que a creator economy mudou seu foco, com marcas priorizando conteúdo criativo de alta qualidade em vez de métricas de vaidade. Se você lê periodicamente os textos do Além da Influência, já viu a gente falando sobre essa tendência por aqui. Portanto, nenhuma novidade, mas é sempre bom ter a confirmação de outras fontes.

Creators precificam seu trabalho com base no tempo e esforço investidos na criação do conteúdo, não só pelo tamanho do perfil. Em números: 76% personalizam extensivamente seu conteúdo para diferentes plataformas e 66% adaptam seu tom de voz.

Escolhendo o criador certo: além dos números

Marcas precisam olhar para além dos números — isso é óbvio, mas é difícil de seguir. Reputação, credibilidade e alinhamento de valores são cruciais (eu que digitei esse adjetivo) para os criadores na hora de decidir trabalhar com uma marca. 72% dos creators preferem parcerias de longo prazo, embora apenas 54% as tenham.

Relacionamentos importam: investindo na experiência do criador

Trabalhar com creators também é construir um relacionamento. 77% dos criadores concordam que se sentem apoiados por marcas com canais de comunicação abertos e respeito mútuo por seus limites e bem-estar.

Qualidade criativa é o que vende: conteúdo medíocre custa caro

Conteúdo sem graça é ruim para criadores, público e, consequentemente, para os negócios. A maior dificuldade para os criadores são as expectativas desalinhadas, desde briefs restritivos até demandas irreais. 41% dos criadores citam comunicação precária como um ponto problemático, seguido por excesso de revisões (37%) e diferença desigual nos pagamentos (37%). Além disso, 58% dos criadores preferem diretrizes claras a total liberdade criativa.

Revisão é importante, mas em excesso atrapalha

Revisões excessivas matam a criatividade. 31% dos criadores lidam com solicitações de revisão excessivas ou descabidas. Definir expectativas claras desde o início garante que o resultado final esteja alinhado com os objetivos da marca sem despojar os criadores de seu estilo único. Lembra que 76% dos criadores personalizam seu conteúdo para cada plataforma? Portanto, é preciso reconhecer esse esforço.

Agora é o momento que resumimos tudo: ouçam, produzam e colaborem com creators. Eles não são apenas uma forma de bater metas em campanhas publicitárias, mas o elo que liga boas ideais com o público certo — e a Geração Z é exigente.

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