Não é à toa que quanto mais intensificamos o uso de Inteligência Artificial generativa, mais nos conectamos com o que nos provoca emoções.
Sempre é bom relembrar que somos de verdade, carne e osso, e adoramos histórias. Neste começo de ano, a Ogilvy, agência britânica, lançou seu relatório de referência para 2025. Nele, apresenta o uso de dados, colaboração com creators e o uso da emoção para se conectar com o público.
De certa forma, já saturou dizer que vivemos em uma era de saturação dos conteúdos, mas caso você tenha chegado agora na creator economy, essa é a realidade. Contudo, fique tranquilo, por aqui te ajudamos a repensar os conceitos que perpassam a vida de quem cria para viver ou vive para criar.
O relatório é fruto de uma análise de mais de 1.700 estudos de caso globais impulsionada por inteligência artificial (viu? Dá para usar IAs para boas ações), em parceria com ferramentas como o Brandwatch. O estudo aponta para uma era onde a emoção na contação de histórias, o timing estratégico e a precisão tecnológica são os três pilares para o crescimento das marcas.
A emoção como motor do marketing e a relevância para creators
Contrariando a priorização de mídia tradicional ou engajamento puramente digital, a Ogilvy elege a emoção no storytelling como a base das narrativas de marca. Essa estratégia se alinha perfeitamente com o que se conecta na creator economy. Vamos retomar o valor: autenticidade alinhada à capacidade de emocionar são os principais ativos dos influenciadores, ainda que muitos deles rejeitem.
Dados neurocientíficos reforçam essa visão, indicando que anúncios com apelo emocional superam aqueles com caráter mais racional em 31% no engajamento e têm três vezes mais chances de serem lembrados. Importante ressaltar que emoção e razão não estão sendo colocadas em categorias comportamentais com valores diferentes. Ser emocional não significa ser irracional!
A Ogilvy demonstra como essa abordagem se materializa em campanhas orientadas por valores, onde 62,3% priorizam narrativas culturais e o impacto social.
A utilização de gatilhos psicológicos como nostalgia (19,7%), prova social e pertencimento (15,8%) e empoderamento (11,5%) estão ligadas às táticas empregadas por criadores de conteúdo para engajar suas audiências.
Dados em tempo real: o novo combustível para campanhas de influência
No relatório, a agência enfatiza o poder de aproveitar insights de audiência em tempo real. Essa capacidade de monitorar o sentimento social, tópicos de tendências e respostas emocionais permite que a agência alinhe suas mensagens com o momento cultural e o estado emocional do público. Nesse sentido, um ponto a se observar: não adianta ser bom em monitoramento e ruim no timing. A linha entre aproveitar uma trend e ser a pessoa que chega no fim da festa está cada vez mais fina. Saber utilizar essa estratégia garante o aumento do ROI (retorno sobre investimento).
Tecnologias como análise de sentimento (11,1%), análise de mídia social (4,4%) e monitoramento de tendências (32%) são ferramentas para conduzir as prospecções. A Ogilvy inclusive rastreia neurotransmissores para decifrar as motivações por trás das emoções dos consumidores. Essa sofisticação na análise de dados pode ser aplicada para selecionar os influencers certos, entender o impacto de seu conteúdo e ajustar as campanhas conforme necessário.
Timing estratégico e a agilidade da creator economy
O timing estratégico, a capacidade de lançar campanhas no momento certo e de responder rapidamente a eventos atuais, é outro pilar da estratégia da Ogilvy. O exemplo da campanha #TurnYourBack da Dove, que respondeu a um filtro viral do TikTok em apenas 72 horas, ilustra essa agilidade. Essa capacidade de aproveitar “momentos culturais” é algo que os criadores de conteúdo fazem naturalmente e que as marcas podem explorar mais frequentemente com as ferramentas e insights certos.
A Ogilvy utiliza uma estrutura que inclui a detecção preditiva de tendências e a ativação de influenciadores para garantir velocidade e autenticidade. Essa sinergia entre a capacidade de identificar tendências e a agilidade dos criadores de conteúdo representa uma poderosa combinação para o marketing eficaz.
Dica: por aqui sempre fazemos nossas projeções, então se você não quer perder nada, assine o Além da Influência para receber nossos textos por e-mail.
Um modelo social-first para a era dos creators
A Ogilvy adota uma abordagem social-first, tratando as mídias sociais não apenas como canais de distribuição, mas como espaços dinâmicos para conexão contínua com o consumidor. E vamos ser bem sinceros, fazemos tudo por lá: compramos, vendemos, divulgamos trabalhos, serviços e compartilhamos experiências pessoais. Essa filosofia se alinha intrinsecamente com a creator economy, que é onde esses mercados se conectam, ainda que tenham interesses distintos. Até porque tudo pode mudar, mas as redes sociais continuam como fonte primária para entender o comportamento dos consumidores.
A agência busca moldar narrativas culturais em tempo real através da inteligência social e tecnologia, focando na ressonância emocional e no storytelling autêntico. Em vez de segmentação demográfica tradicional, a Ogilvy se concentra em motivações e gatilhos emocionais, utilizando o social listening e a análise de sentimento para criar conexões duradouras. Essa mudança de paradigma valoriza a capacidade dos criadores de conteúdo de construir comunidades e de se conectar com seu público em um nível mais íntimo.
O futuro do marketing: uma simbiose entre emoções, dados e creators
A estratégia apresentada no relatório da Ogilvy para 2025 sinaliza uma direção clara para o futuro do marketing: uma integração profunda entre a ciência dos dados, a arte da narrativa emocional e o poder da influência. Para a creator economy, isso representa uma oportunidade de aperfeiçoamento e de colaborações mais estratégicas com as marcas. A capacidade dos criadores de gerar conexões através de gatilhos emocionais, aliada à sofisticação da análise de dados em tempo real e ao timing estratégico, abre um leque de possibilidades para campanhas de marketing.
As marcas que souberem aproveitar essa sinergia estarão melhor posicionadas para construir relacionamentos duradouros com seus consumidores e prosperar em um mercado cada vez mais concorrido por atenção. Já para os creators, o domínio dessas técnicas permite estar sempre à frente nas preferência pelas campanhas.