A cultura no ambiente de trabalho pode ser o maior ativo ou a maior responsabilidade de uma organização. No entanto, ela é amplamente mal compreendida, raramente discutida e rotineiramente ignorada.

Quando bem gerida, a cultura é uma fonte potencial de riqueza. Um ambiente de trabalho saudável, feliz e harmonioso resulta em colaboradores mais engajados, e, consequentemente, produtivos, além de níveis melhores de inovação e criatividade.

Por outro lado, como inúmeros títulos de jornal já ilustraram, quando a questão da cultura organizacional é negligenciada, o desastre frequentemente ocorre. Reputações de organizações de destaque, tanto no setor público quanto no privado, têm sido seriamente prejudicadas por denúncias de assédio moral para citar apenas alguns exemplos recentes.

Um paradigma em mudança

Existem sinais de que a maré pode estar começando a virar. No recente relatório Newton/Opinium, 40% dos entrevistados afirmaram que havia esforços ativos para mudar a cultura no local de trabalho em suas organizações. A pesquisa sugeriu que muitas iniciativas estavam enraizadas em equidade, diversidade e inclusão (EDI), com foco em etnia, diversidade de gênero e bem-estar dos funcionários.

O relatório OC Tanner 2024 Culture Trends indica que, embora os funcionários certamente acolham esses esforços para melhorar o ambiente de trabalho, o que eles realmente desejam é empatia aliada a ações sustentadas e de apoio. A pesquisa revela uma desconexão significativa entre a percepção das organizações sobre o quanto demonstram cuidado e como isso é percebido pelos funcionários. Quase metade dos trabalhadores entrevistados disseram não se sentir cuidados pela organização, mesmo que 87% das empresas acreditassem estar demonstrando o suficiente nesse aspecto.

O que fica claro é que, em um momento em que as organizações estão enfrentando níveis sem precedentes de instabilidade política, econômica e ambiental, elas não podem mais se apoiar nos velhos paradigmas culturais.

O sucesso não é mais apenas sobre poder e lucro. Líderes precisam desenvolver culturas transformacionais justas, inclusivas, de alto desempenho e baseadas na equidade, onde todos os funcionários sejam apoiados e incentivados a atingir o máximo do seu potencial.

Construindo a justificativa empresarial

Desenvolver uma cultura transformacional exige o apoio e o envolvimento de pessoas em todos os níveis da organização. Líderes seniores, RH, gestores de linha, sindicatos e funcionários da linha de frente precisam trabalhar juntos em busca de uma visão comum, moldando políticas e processos que sustentem os valores e comportamentos que a organização deseja promover.

Texto traduzido e adaptado do portal “The European Business Reviews”