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Creators ou artistas? Entenda a conexão entre o conteúdo digital e a expressão artística

Sumário

– Imagina ter um perfil no LinkedIn, no Instagram, no TikTok e se considerar um artista?

– E se for no Substack, podemos nos considerar escritores?

– Dá pra colocar na mesma frase um Substacker qual e Guimarães Rosa?

– Dá para colocar na mesma frase um design para redes sociais e os quadros do Basquiat?

Dada todas essas provocações, o que pretendemos aqui é capturar a essência que faz com que criadores e artistas CRIEM!

Não, não dá para comparar Guimarães Rosa e Basquiat com nós, meros mortais. Dentro de suas respectivas classes artísticas já é uma tarefa árdua. Claro, não quero enterrar a pretensão de nenhum leitor em tornar-se um grande artista. Por aqui, sempre incentivamos o desenvolvimento.

Se a materialização da produção de um artista e de um creator é o mesmo, também deve haver semelhanças no processo. Explico: tanto Guimarães Rosa, quanto aquele especialista em Inteligência Artificial podem materializar suas ideias em texto. Sendo ainda mais específico, em um livro, por exemplo.

Ainda que Guimarães Rosa tenha tido a sorte de viver num mundo sem rede social, ambos podem ter ouvido que suas obras possuem elementos artísticos

– “O que você faz é arte!”

Imagino que você possa estar rindo depois desse último travessão, mas aviso que isso foi uma suposição barata para podermos atribuir significado ao que produzimos. Ressaltamos que no Além da Influência, além das orientações técnicas, prezamos por reflexões que nos permitam enxergar um passo além ou para o lado.

Arte é toda forma de expressão que provoca emoção e reflexão?

Muita gente ainda pensa na arte como algo reservado a museus, palcos e galerias. Mas a realidade é que a expressão artística também evoluiu com a tecnologia e com os hábitos das pessoas. O cinema, que já foi visto como uma forma inferior de arte, hoje é uma das mais celebradas (Ainda estamos aqui!). O mesmo vale para o design gráfico, os quadrinhos e até os videogames.

O conteúdo digital segue esse caminho. Quando um criador roteiriza um vídeo, escolhe um enquadramento impactante, usa trilha sonora para reforçar a emoção e desenvolve uma identidade visual única, ele está aplicando os mesmos princípios de um artista visual ou de um cineasta.

Importante: sempre conto com o bom senso das pessoas para não levar as comparações ao pé da letra. São princípios aplicados em níveis diferentes!

Criatividade: um traço de quem vê o mundo de outro jeito

Criatividade não é apenas pintar quadros ou escrever poemas, necessariamente. A gente não deve alimentar essa visão estereotipada e, de certa forma, elitizada da concepção artística. Pense num empreendedor que transforma um produto comum em uma estética que comunica com o público, ou no profissional de marketing que encontra uma maneira sensível de contar uma história.

– Quem nunca se emocionou com uma propaganda?

— Isso também é arte? Se olharmos pelo viés da originalidade e da capacidade de tocar outras pessoas, por que não?

A questão é: criatividade não é um dom místico reservado a alguns sortudos. Ela é um músculo que qualquer um pode fortalecer. Se você já se pegou dizendo “não sou criativo”, pode estar apenas desacostumado a exercitar essa habilidade.

E se você quer ativar seu lado mais criativo, aqui vão algumas práticas que podem te ajudar.

Como treinar sua criatividade como um artista

Pare de buscar a perfeição

Isso mesmo! O medo de errar mata ideias antes mesmo de elas saírem do papel. Os artistas sabem disso. Eles esboçam, experimentam, erram e refazem. Criatividade é um jogo de tentativas – quanto mais você se permite errar, mais chances tem de acertar. A gente gosta de imperfeições, isso nos faz autênticos.

Consuma referências variadas

Grandes artistas não vivem em bolhas. Picasso estudou arte africana, Steve Jobs se inspirava no design japonês e os escritores, antes de tudo, foram consumidores das mais diversas correntes literárias. Se você quer inovar, explore o que está fora do seu eixo de atuação.

Brinque com restrições

Parece contraditório, mas criatividade floresce quando temos limites. Um designer que precisa criar um logotipo com apenas duas cores precisa ser mais inventivo do que alguém sem restrições. Exemplo: escreva um texto sem usar determinadas palavras, tente fotografar um objeto de ângulos inusitados, desenvolva uma solução criativa para um problema com poucos recursos. Há vários movimentos artísticos que se configuram na exploração dos limites ferramentais.

Dê um tempo para sua mente

Grandes insights não surgem quando você está exausto tentando forçar uma ideia. Quantas vezes uma solução apareceu no banho ou durante uma caminhada? Seu cérebro precisa de espaço para conectar os pontos. Quando sentir que está travado, pare. Vá fazer outra coisa. Às vezes, a resposta está esperando por você em um momento de distração.

Storytelling: a ponte entre o conteúdo e a arte

Se tem algo que separa um vídeo comum de um conteúdo marcante, é o storytelling. Toda grande obra de arte conta uma história. Guernica, de Picasso, narra a tragédia da guerra. As músicas de Belchior transportam para uma jornada existencial e política. O cinema, a literatura e até a publicidade vivem de narrativas que se conectam com o público.

Você não acha que, na essência, creators fazem o mesmo?

Quando um youtuber compartilha uma experiência de vida a partir de uma estética própria, quando um podcaster conduz uma conversa de forma que prende a atenção ou quando um tiktoker constrói uma narrativa que te faz assistir até o final, eles estão aplicando os princípios do storytelling.

Percebeu que não falamos em nenhum momento do tipo de conteúdo, mas sim do formato? É isso que marca as pessoas.

O que podemos aprender com isso?

Se você cria conteúdo e acha que “não é um artista”, talvez seja hora de rever esse conceito. Arte não precisa estar em uma moldura dourada ou em uma sala de concerto. Ela pode estar no feed do Instagram, no roteiro de um vídeo ou na produção cuidadosa de um post no LinkedIn.

Criar conteúdo não é apenas distribuir informação. É emocionar, provocar, inspirar. E isso, no fim das contas, é o que a arte sempre fez.

Criar é dar forma ao invisível

Seja na arte, nos negócios, na vida profissional ou pessoal, a criatividade nos permite construir algo novo a partir do nada. E, quando usada para emocionar, inspirar ou mudar a forma como alguém vê o mundo, ela se transforma, sim, em uma forma de arte.

Afinal, criar é dar forma ao invisível. É traduzir ideias, sensações e visões de um jeito único. Então, na próxima vez que você pensar que não é criativo, lembre-se: talvez a questão não seja se você é criativo, mas como você tem usado sua criatividade ultimamente.

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