A competição pelo controle da creator economy está se intensificando à medida em que big techs constroem ecossistemas projetados para fidelizar os creators. A pergunta que surge é: onde esses creators devem investir seu tempo e conteúdo para alcançar sucesso a longo prazo?
A batalha pelo controle da creator economy
Sempre houve uma tensão entre os objetivos dos creators, das plataformas sociais e das empresas de ferramentas para criadores. À medida que a creator economy evoluiu, surgiu um embate entre o que os creators consideram uma remuneração justa e o que a indústria acredita ser um modelo comercial sustentável. O centro desse debate é frequentemente a divisão de receitas provenientes de assinaturas ou publicidade. Encontrar um equilíbrio para satisfazer ambas as partes tem sido desafiador, especialmente diante das pressões macroeconômicas causadas pela crise do custo de vida.
Apesar disso, creators se beneficiaram da competição entre plataformas. YouTube e Twitch, por exemplo, competiram para oferecer melhores condições financeiras, seja para atrair criadores renomados com contratos exclusivos, seja para incentivar iniciantes a começar sua jornada criativa. No entanto, em outubro completa-se um ano desde que o Twitch decidiu apoiar o simulcasting, permitindo que seus criadores transmitissem seus conteúdos simultaneamente no YouTube.. À primeira vista, isso facilitou a vida de alguns criadores de conteúdo, ajudando-os a expandir suas audiências em várias plataformas. Mas também aliviou os custos das plataformas, reduzindo a necessidade de contratos exclusivos e de acirradas disputas por talentos.
Ainda assim, as plataformas continuam empenhadas em manter os creators engajados por mais tempo. Embora a remuneração ainda seja importante, a atenção está se voltando para o desenvolvimento de ferramentas internas. Essa estratégia visa tanto facilitar o trabalho de iniciantes quanto controlar toda a jornada desse criador, do início ao fim. O YouTube, por exemplo, está desenvolvendo ferramentas de IA que geram ideias, otimizam fluxos de trabalho e melhoram a qualidade do conteúdo. Isso transforma o YouTube em um ecossistema completo, mais do que apenas uma plataforma de distribuição e monetização.
A integração entre criação, distribuição e consumo
O YouTube não está sozinho nessa abordagem. A parceria da TikTok com a CapCut, está reduzindo a distância entre criação, distribuição e consumo. Vídeos do TikTok editados com ferramentas do CapCut exibem marcas d’água que direcionam os consumidores à criação na CapCut, criando um ciclo entre criação e consumo.
Inteligência Artificial como fator determinante
O que torna essa estratégia atraente para as plataformas sociais são as ferramentas de IA. Elas facilitam a criação de conteúdo de alta qualidade para iniciantes e permitem que criadores mais experientes aumentem sua produção. A capacidade da IA de otimizar fluxos de trabalho torna o investimento em ferramentas mais interessante para as plataformas. Ao combinar várias ferramentas em fluxos de trabalho simplificados, as plataformas tornam mais fácil para os consumidores começarem a criar rapidamente. Isso deu origem a uma nova disputa entre plataformas sociais e provedores de ferramentas criativas: quem consegue oferecer os fluxos de trabalho mais atraentes e eficientes para os criadores?
Texto adaptado de “Battle for Control Of The Creator Economy” do portal Hypebot