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Estudo: gestores que constroem culturas fortes obtém ganhos financeiros e ambientais

Sumário

Estudo da Massey University buscou aprofundar a compreensão da relação entre a cultura corporativa e a capacidade das empresas de atingir suas metas ambientais e de sustentabilidade.

Os pesquisadores destacam a crescente necessidade das empresas adotarem práticas mais éticas e sustentáveis, não apenas para atender às exigências legais em evolução sobre ações e relatórios de sustentabilidade, mas também para proteger o bem-estar da humanidade.

O relatório publicado pelo The Lancet Planetary Health aponta que a poluição do ar, da água e por produtos químicos tóxicos causa até nove milhões de mortes prematuras todos os anos. A poluição, como o lançamento de produtos químicos tóxicos, é frequentemente causada pelas operações das empresas, gerando consequências diretas e negativas para o meio ambiente ecológico e complicações de saúde de longo prazo para a humanidade.

Além das melhorias ambientais, o estudo revela que promover uma cultura corporativa sólida também pode gerar vantagens financeiras.

Como uma cultura forte impulsiona o desempenho ambiental

O estudo sugere que a conexão entre uma cultura corporativa forte e um melhor desempenho ambiental ocorre devido a dois fatores principais:

Inovação para impacto ambiental

Gestores focados em reduzir o impacto ambiental tendem a investir mais em formas inovadoras e sustentáveis de operação. A implementação bem-sucedida dessa criatividade, segundo os pesquisadores, é mais comum em organizações com uma cultura sólida, que incentiva os funcionários a apresentar novas ideias.

Altruísmo gerencial

Do ponto de vista dos stakeholders, investidores geralmente levam em conta a responsabilidade social corporativa. Gestores altruístas têm maior probabilidade de investir os recursos da empresa em tecnologias ambientalmente amigáveis e promover processos empresariais éticos para reduzir sua pegada de carbono, tornando a empresa mais atrativa para investimentos. Por outro lado, danos ambientais causados por uma empresa geram custos elevados com litígios e maior escrutínio de reguladores, impactando negativamente o desempenho financeiro, a reputação e o posicionamento da empresa a longo prazo.

Usando um conjunto de dados com mais de 7.000 observações anuais entre 2002 e 2018, os pesquisadores descobriram que melhorias na cultura corporativa podem resultar em uma redução de 3,85% na liberação de produtos químicos tóxicos, o que equivale a aproximadamente 44.584 libras (mais de 20 toneladas)  de produtos químicos tóxicos a menos.

Valores culturais chave para o sucesso ambiental

Valores culturais como inovação, qualidade e trabalho em equipe foram identificados como os mecanismos mais eficazes para melhorar o desempenho ambiental. Isso demonstra que gestores que promovem esses atributos em suas organizações obtêm os maiores benefícios.

A competência gerencial e uma forte propriedade institucional são fatores fundamentais. Eles amplificam o impacto positivo da cultura corporativa no desempenho ambiental, impulsionando ações éticas que vão além do mero cumprimento de regras.

“Devido à natureza inerente das operações empresariais, espera-se que algumas emissões químicas tóxicas ocorram; no entanto, emissões que ultrapassam os níveis esperados são antiéticas. Nossos resultados revelam que empresas com culturas corporativas e lideranças fortes promovem comportamentos éticos e, como resultado, fazem esforços maiores para reduzir tanto as emissões esperadas quanto as excessivas de produtos químicos tóxicos. Isso melhora o desempenho ambiental e financeiro como um todo”, conclui Mabel Costa, uma das pesquisadoras responsáveis por esse estudo.

Texto baseado no artigo “Managers who build strong cultures see environmental and financial gains” da Durham University Business School

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