Seja no marketing, no business, ou na comunicação, uma boa parceria vem da confluência de interesses. Jornalistas desenvolvem pautas com base no interesse público (hoje, não vamos problematizar isso, ok?), marcas buscam aumentar seu valor e gerar vendas. Tudo certo até aí. Porém, quando essas demandas chegam até você, como comunicar o que você espera? Qual seu approach?
A gente até pode ter boas intenções, mas se nãjop sounbermos comnuicair [não soubermos comunicar], fica difícil entender, né?
*Antes das dicas, precisamos ponderar: vamos chamar essa interação entre comunicador com o creator de parceria, ok? Mesmo que não seja uma relação igual a marca-creator, utilizaremos o mesmo verbete (e derivados) para facilitar a compreensão.
Em vez de influente, seja confluente
Pegue um bloco de notas e escreva o que você espera da parceria. Isso vale para uma matéria que você foi chamado como fonte ou para um podcast que vai participar, por exemplo. Pode escrever em tópicos ou texto corrido, tanto faz, o importante é registrar e internalizar para que, durante o projeto, você não se perca de sua intenção inicial. Depois de escrito, procure saber a intenção desse parceiro.
É difícil dizer se o correto é perguntar diretamente ou fazer uma análise por conta. Por isso ressaltamos a importância de ter um public relation (PR) trabalhando junto com você, pois é esse profissional que tem a abordagem indicada para cada situação. Voltando: saber o que esse comunicador espera de você, te possibilita adiantar-se no direcionamento dessa confluência de intenções.
Vamos a um exemplo prático: você é um business influencer especializado em gestão de carreira e foi chamado por um jornalista para falar sobre esse tema porque há muitas pessoas fazendo a transição de carreira. Se você já souber que esse texto é direcionado para essas pessoas que estão mudando sua área de atuação, comente esse assunto fornecendo dicas para esses profissionais! Isso é adiantar-se.
Você sabe quais serviços o teu negócio oferece, também sabe que existe uma “dor” sobre a falta de segurança profissional ao mudar de área, no meio disso, há um canal de comunicação (jornalista) que faz essa mediação.
Você apresentou uma confluência e por isso, tem uma grande chance de ser atendido. Por mais que para seu público, você seja já seja influente, aqui você precisa também atender aos interesses do jornalista, por isso chamamos de confluência. Reiteramos que “adiantar-se” não significa ser o mais rápido na tomada de decisão, pois pode gerar afobamento, mas ser pró-ativo e mostrar agilidade.
Saiba com profundidade qual é a demanda
Aqui estamos falando de formato, pois já temos a parceria. No entanto, como comunicar? “Ah! É um podcast? Em vídeo e áudio; é um jornal? Em texto; é para rádio? Em áudio”.
Não é disso que estamos falando, até porque não precisaríamos de um tópico para falar o óbvio. Formato não é o canal dessa comunicação, mas qual linguagem utilizar. É a quantidade e escolha de palavras.
Vamos ao exemplo do tópico anterior: você sabe que vai falar sobre transição de carreira e também que será uma entrada ao vivo para a TV, por exemplo. Com isso, procure outros materiais produzidos sobre esse repórter e veja como ele sustenta a pauta. Já falamos para você dar dicas, né? Se ele trabalha com dados, adiante-se e forneça material. Se ele prefere histórias para humanizar, indique fontes e apresente um briefing.
Saiba quanto tempo será essa entrada ao vivo e quantas perguntas serão feitas. Tenha uma estratégia para condensar o máximo de informações objetivas e relevantes dentro desse tempo. Esse é um trabalho que vai gerar recorrência e confiabilidade. Além da parceria, você também será um business influencer parceiro. Lembre-se que tudo é relacionamento!
Cuidado com as crises
Esse é o carro chefe do media training. É quando tudo dá errado. Erih Carneiro, fundador da Gombo, contou lá no LinkedIn, o caso de Rafa Kalimann está sendo processada por quebra de contrato de exclusividade.
E aí? O que fazer? Deixa a repercussão rolar e finge que nada aconteceu? Solta uma nota? Grava um vídeo com roupa clara, sem maquiagem e com fundo neutro? Vamos lá.
Nesse caso, como há um processo em andamento, o indicado é evitar falar, juridicamente falando. No entanto, a crise ainda não foi resolvida. Por isso, é importante mensurar a repercussão em todos os canais possíveis: perfil pessoal, veículos de comunicação e canais/perfis das partes envolvidas na crise (quando houver). Se há repercussão negativa no perfil pessoal, mude a estratégia dos stories, por exemplo, se expondo menos, com conteúdo mais “sóbrio” ou “institucionalizado”. Evite tratar de temas correlatos ao litígio enfrentado. A abordagem para esses casos fica a cargo do public relation, pois o gerenciamento de crise é uma atribuição específica e individual. É como um advogado que analisa cada caso caso, não há uma receita replicável, mas condutas que devem ser levadas em consideração.
Conclusão
O media training, nessa era em que marcas (ser um business influencer também é ser uma marca!) precisam dar retorno, ganharam a demanda de conduzir uma comunicação coordenada, de acordo com os interesses das partes. Neste guia, apresentamos alguns pontos desse serviço que é gerenciado pelo public relation. Caso tenha interesse em saber mais sobre o assunto, fale com a gente. Nos vemos na próxima!