Na área de Recursos Humanos e psicologia organizacional, a vulnerabilidade é cada vez mais reconhecida como um componente para uma liderança resiliente e uma cultura de equipe sustentável. Admitir a vulnerabilidade não apenas fortalece as equipes para enfrentar desafios, mas também estabelece a base para uma cultura de trabalho robusta, adaptável e compassiva.
No mundo acelerado dos negócios de hoje, onde “mudar é o vetor de crescimento, abraçar a vulnerabilidade pode transformar a cultura de uma equipe e aumentar a resiliência. Todos temos vulnerabilidades e invariavelmente elas serão expostas, o desafio é resultar essas condições em uma equipe mais forte e coesa. A partir dessas experiências, percebo que uma abordagem vulnerável à liderança não apenas constrói uma cultura de apoio, mas também está alinhada aos princípios consagrados na literatura de RH e negócios.
Pode acreditar: vulnerabilidade cria conexões
A verdadeira liderança exige muitas vezes deixar de lado a máscara da autoridade e nos abrir para os outros. Em períodos difíceis, compartilhar histórias pessoais, especialmente sobre fracassos, ressoa profundamente com a equipe. Por exemplo, quando membros essenciais da equipe tiveram um conflito tão intenso que prejudicou nossa cultura, precisamos tomar decisões difíceis e recalibrar toda a estrutura organizacional. Ao admitir para a própria equipe que nem sempre temos certeza sobre o melhor caminho a seguir, promovemos um senso de responsabilidade coletiva que nos ajuda a navegar por esse período juntos.
Pesquisas indicam que líderes que demonstram vulnerabilidade promovem confiança e autenticidade nos relacionamentos da equipe, ajudando a quebrar barreiras hierárquicas.
Apoiar o crescimento em meio a vulnerabilidade
Admitir fraquezas e lacunas de conhecimento pode abrir caminho para uma cultura de aprendizado mais eficaz.
Estudos mostram que, quando líderes modelam vulnerabilidade ao admitir o que não sabem, eles incentivam uma mentalidade de crescimento nas equipes e permitem que talentos diversos se destaquem. É muito importante haver espaços onde os membros da equipe possam assumir riscos, compartilhar insights e expandir suas capacidades de liderança de forma alinhada ao crescimento profissional e pessoal.
Usando a transparência e mudanças para construir confiança e responsabilidade
Na literatura sobre Recursos Humanos, a transparência é exaltada como base da confiança. Além disso, o compromisso com a transparência deixa claro para toda a organização que a integridade é inegociável.
A mudança é inevitável, e líderes precisam se adaptar para que suas equipes façam o mesmo. Invariavelmente precisamos reorganizar os papéis e reformular as responsabilidades. A mudança é disruptiva, nem todos a apoiam, portanto é preciso aceitar que algumas pessoas não estejam prontas para se adaptar. Ser transparente sobre a necessidade da mudança, ao mesmo tempo em que reconhece que isso pode causar desconforto é fundamental.
Essa transparência mostra que vulnerabilidade não é sobre fraqueza, mas sobre adaptabilidade. Como indicam as melhores práticas, líderes que demonstram adaptabilidade inspiram o mesmo em suas equipes.
Liderança compassiva constrói uma cultura resiliente
Abraçar a vulnerabilidade frequentemente anda de mãos dadas com a empatia. Durante a pandemia de COVID-19, o bem-estar mental da equipe tornou-se uma prioridade.
Estudos em psicologia organizacional mostram que líderes que equilibram vulnerabilidade com empatia criam uma cultura de trabalho que promove resiliência. Ao compartilhar as dificuldades da equipe e demonstrar compaixão, incentivamos os membros a se apoiarem mutuamente, promovendo uma resiliência coletiva que ultrapassa a crise imediata.
Vulnerabilidade não é sobre expor cada detalhe, mas sobre criar uma cultura de honestidade, empatia e apoio mútuo. Liderar com vulnerabilidade não só fortalece as equipes para enfrentar desafios, mas também constrói a base para uma cultura de trabalho adaptável, compassiva e resiliente.
Texto baseado nas ideias de Jason T. Smith , autor de “UNLIKELY”.