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O que fazer quando você acha que seu gestor é ineficiente?

Sumário

Você pode não ter controle sobre quem é seu gestor, mas pode controlar as crenças, suposições e narrativas que cria sobre a situação, bem como o impacto de seu comportamento nos outros ao redor.

Reflita sobre o que realmente te incomoda

Frequentemente, as pessoas presumem erroneamente que outras pessoas ou situações precisam mudar para que sejam produtivas, engajadas e colaborativas. Essa é uma falsa percepção que coloca você em uma mentalidade de vítima. Ainda é possível fazer um bom trabalho, independentemente de seu apreço pelo seu gestor (trabalho é trabalho).

Se você está frustrado com seu gestor (e a gente entende que faz parte), nossa primeira recomendação é pausar e refletir. Compreenda claramente o que realmente te incomoda. Vá além de “Ele(a) não agrega valor” e pergunte a si mesmo:

  • É uma questão de tarefa (não concordo com a forma como ele(a) faz as coisas) ou de personalidade (não gosto do estilo dessa pessoa)?
  • Meu gestor é realmente incompetente ou apenas diferente do que eu esperava em um líder?

Responda honestamente — mesmo que as percepções sobre si mesmo sejam pouco lisonjeiras. Com clareza sobre a causa raiz, você estará melhor preparado para identificar os próximos passos.

Assuma sua parte

Raramente as situações são totalmente unilaterais. Líderes emocionalmente maduros possuem a capacidade de assumir a responsabilidade pela parte que desempenham em uma dinâmica. Por exemplo, se percebem que reagem de forma defensiva durante reuniões com o gestor, eles reconhecem que esse comportamento tem consequências para o relacionamento.

Vamos para algumas reflexões:

  • Que ações tomei que agravaram os desafios com meu gestor?
  • Qual é minha responsabilidade nessa situação?
  • Qual o custo da minha resistência ao meu líder?

Conecte-se aos seus valores

Nossos valores pessoais criam limites para como nos apresentamos no local de trabalho. Eles orientam nossa tomada de decisão, guiam nossas carreiras e ajudam os outros a entender no que acreditamos.

Às vezes, conflitos de valores estão na raiz de relacionamentos desafiadores. Por exemplo, imagine que você valoriza transparência e comunicação aberta, mas seu gestor frequentemente deixa de compartilhar informações ou toma decisões sem consultar a equipe. Isso pode parecer um desalinhamento significativo com seus valores.

Se um conflito de valores parece ser a raiz de seus problemas com o gestor, identifique as áreas específicas que são mais desafiadoras e tome medidas adequadas. Pergunte a si mesmo:

  • Quais são meus valores principais?
  • Onde meus valores não estão sendo respeitados?
  • Como posso alinhar minhas ações aos meus valores nesta situação?

Reinterprete a história que você está contando a si mesmo

Você pode não concordar com a situação, mas pode mudar sua perspectiva e a narrativa interna que construiu.

Procure lugares onde as diferenças com seu gestor sejam complementares ou identifique maneiras em que você está exclusivamente qualificado para apoiá-lo. Por exemplo, você pode ajudar na transição do gestor, caso ele seja novo, ensinando sobre a indústria, navegando na cultura organizacional ou compartilhando insights sobre a dinâmica da equipe. Perguntas a considerar incluem:

  • De que forma minhas habilidades diferem das do meu gestor, e como posso usar essas diferenças para criar uma equipe mais coesa?
  • Quais desafios meu gestor está enfrentando, e como minha experiência pode ajudá-lo a superar?
  • Em que áreas posso oferecer suporte proativo onde meu gestor talvez não esteja totalmente acostumado ou habilidoso?

Ao encontrar pontos em comum com seu gestor, você aumenta a produtividade, melhora o relacionamento e reduz seu nível de estresse. Identifique o que seu gestor está contribuindo de único para a equipe.

Abra um diálogo com seu gestor

Quando você sente que seu gestor não agrega valor, pode não se sentir inclinado a expor suas preocupações. No entanto, há benefícios em discutir a natureza do relacionamento. Principalmente, você tem a oportunidade de defender o que é importante para você e encontrar um terreno comum.

Em vez de criar uma história interna sobre o relacionamento, envolva-se em uma discussão sobre suas preocupações, preferências de trabalho, motivadores e qualquer outra coisa que contribua para o seu engajamento. Quando você controla a narrativa, pode influenciar o desfecho.

Por exemplo, você pode começar a conversa dizendo:
“Notei que às vezes não estamos na mesma página, e gostaria de encontrar maneiras de trabalharmos melhor juntos. Você estaria aberto a uma conversa para garantir que atendamos às necessidades um do outro?”

Se o gestor concordar com a conversa, algumas perguntas iniciais podem ser:

  • Como podemos trabalhar melhor juntos?
  • Em quais áreas estamos em sintonia?
  • Quais são os limites individuais nesse relacionamento?

Faça parte da solução

Seja seu líder novo na função ou já esteja no cargo há algum tempo, ele avalia cada membro da equipe não apenas pelas habilidades, mas também pela atitude. Olhe além de suas frustrações do dia a dia e pense de forma mais ampla sobre como seu comportamento contribui para sua marca de liderança e o impacto que você quer causar. Isso o ajudará a aumentar sua influência, promover um ambiente positivo e gerar valor para o negócio.

Perguntas que podem ajudar a adotar uma postura mais proativa incluem:

  • O que estou contribuindo que é valioso para a equipe neste momento?
  • Que impacto minhas ações têm no restante da equipe ou na minha reputação?
  • Como posso melhorar o sucesso coletivo da equipe e/ou do meu gestor?

E se o problema persistir?

Se, após uma conversa honesta consigo mesmo e discussões críticas com seu gestor, você ainda acreditar que ele é o problema principal, considere as seguintes ações:

  • Busque apoio: Peça conselhos a colegas de confiança e mentores, procure ajuda de um coach ou conecte-se com o RH para abordar a situação com um foco em soluções.
  • Avalie suas opções: Se a situação não melhorar, talvez seja hora de ter uma conversa crítica consigo mesmo e considerar se permanecer no trabalho atual é benéfico para sua carreira e bem-estar. Talvez sair seja a melhor escolha.

Conclusão

Navegar em um relacionamento com um gestor que você percebe como ineficaz ou desqualificado pode ser desafiador, mas também pode ser um catalisador para o crescimento. Em vez de permitir que a frustração corroa seu engajamento e produtividade, concentre-se no que você pode controlar: sua mentalidade, suas ações e seu impacto.

Ao escolher colaborar em vez de resistir, você preserva sua credibilidade, seus relacionamentos e suas futuras oportunidades. A verdadeira liderança não exige ter o gestor perfeito — trata-se de como você responde quando as coisas não saem conforme o planejado. Enfrentar desafios de frente e usá-los como oportunidades de crescimento aumentará sua capacidade de navegar e até prosperar em circunstâncias menos que ideais.

Texto adaptado de “When Your Manager Is Ineffective — and You Feel Stuck” da Harvard Business Review.

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